Kill Boksoon

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Eu gosto de fazer review de filmes porque diferente dos mangás e dos doramas de romance, normalmente meu marido assiste aos filmes comigo, e discutimos nossas impressões da obra, o que me ajuda muito na hora de escrever.

Minha primeira impressão do filme foi um John Wick encontrando Quentin Tarantino. A primeira cena, principalmente o diálogo na ponte é muito Tarantino, com sua irreverência macabra, permeada por uma conversa frívola que pessoas teriam facilmente em um bar.

Mas vamos partir do começo. Gil Bok-soon é uma mulher que divide seu tempo entre cuidar da filha adolescente e trabalhar. Mas diferente das outras mulheres, que são vendedoras, empresárias, donas de casa, Bok-soon é uma assassina sob as ordens de uma organização. E isso lembra muito John Wick, com a estrutura dos hotéis e serviços de assassinatos, além do fato que mais tarde, essa mesma organização irá caçá-la.

Bok-soon não é só uma assassina da organização, mas a melhor, que é elogiada e invejada por seus colegas. Só que, da mesma forma que ela é essa profissional exemplar que é consciente e orgulhosa de sua fama e eficiência, ela também é uma péssima mãe. Além de esconder a verdade de sua filha Jae Yeong, ela não consegue se aproximar da garota.

Mãe e filha
 

Como acontece com muitos pais que passam mais tempo no trabalho do que em casa, Bok-soon acredita que dando do bom e do melhor para sua filha (viagens, escolas caras), ela vai estar fazendo seu papel. Isso até ela perceber que apesar de todo o luxo, ela mal conhece sua filha e seus interesses.

A menina não está na trama só para ser sequestrada (e isso não acontece) e servir de motivador para a mãe. Ela tem uma história própria, com medos, escolhas e romances, que funciona quase independente. Jae Yeong está aqui para ser uma espécie de consciência da mãe, que faz com que ela perceba que a vida não saiu exatamente como ela planejava.

Isso deixa claro que o foco de Kill Boksoon está muito mais nos dilemas dessa protagonista do que na ação propriamente dita. É uma abordagem inesperada, pois traz muito mais camadas para a história do que ser só um filme de ação desenfreado mas com roteiro raso, como A Mãe do Ano.

As cenas no bar/restaurante são ótimas

O filme tem ótimas cenas de ação, mas elas são bem esparsas na obra. Tem três ou quatro grandes cenas, com lutas bem coreografadas, mas nada além disso. Eu achei bem equilibrado, para não tornar o filme enjoativo, mas como o filme é longo, o começo demora a engrenar e o final, o filme assume um tom mais melancólico, que particularmente não se encaixou com a proposta Tarantinesca (pelo menos temos uma cena pós-crédito da filha que nos lembra que tem um pouco de inspiração nas obras do diretor ali).

Apesar de tudo, é um filme divertido, com boas cenas de ação (o recurso da Bok-soon de prever o possível resultado da luta é muito interessante e usado muito bem, principalmente na última luta), um elenco bastante agradável e com um plot que vai um pouco além do sequestro do filho e vingança, que a maioria dos filmes de ação apela.

Direção: Byun Sung-hyun
Lançamento: 2023
Gêneros: ação, drama

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