The Titan's Bride

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Eu tenho o hábito de ver coisas que as pessoas dizem ser ruins só para comprovar se realmente é tudo isso, e muitas vezes, tem alguma coisa que salva, seja o plot, o desenvolvimento dos personagens, a abertura, a animação, enfim… Mas esse não é o caso de The Titan’s Bride.

Eu já conhecia a obra por causa do mangá e já sabia que não dava para esperar um supra sumo do enredo, mas tinha outros itens que podiam me agradar e foi assim que eu decidi ver o anime, afinal são só 9 episódios.

Para quem não conhece The Titan’s Bride foca em Kouichi, um colegial alto, talentoso e popular no clube de basquete, que um belo dia acaba sendo transportado para outro mundo, onde conhece o gigante Kaius, príncipe do lugar, que lhe diz que Kouichi é sua noiva prometida. O anime veio sob o selo da Comic Festa. Para quem não conhece, a empresa banca animações curtinhas, geralmente de teor erótico, com o objetivo de relançar novamente essa mesma animação em seu site em uma versão paga, estendida (um ou dois minutos a mais) e sem censura nas cenas de sexo.

o amor...
Como são episódios de 5 minutos, não dava para esperar muita profundidade da história (não que a obra tenha muita), então muitas informações são condensadas ou suprimidas para dar foco para a putaria, afinal, foi para isso que o anime foi feito. E isso compromete muito o desenvolvimento da história e afinidade com os personagens, porque as coisas simplesmente acontecem. Por mais que o foco do mangá também seja mostrar os personagens fazendo sexo no maior numero de páginas possivel, há uma preocupação em dar embasamento para o universo, mostrar os pensamentos de Kouichi e como a relação entre ele, o Kaius e outros personagens vão se consolidando. Assim, no anime, personagens somem ou sequer aparecem, e situações são jogadas e você mal tem tempo de digerir porque o anime já acabou. A ex-noiva do Kaius por exemplo, no mangá, ela aparece pouco, mas com uma razão; no anime, ela aparece, não dá nem tempo de você formar uma opinião sobre ela (rival, ex-raivosa, aliada) que ela já some.

Mas se o roteiro é capenga, a animação deveria compensar, afinal, são capítulos de 5 minutos, de forma que o trabalho pode ser melhor lapidado, mas não é bem isso que acontece. Tudo é absurdamente travado ou animado porcamente, para você ter uma ideia, as cenas do capítulo um e dois são praticamente as mesmas e muitos enquadramentos, como o bendito do lustre, se repetem várias vezes no episódio. A animação dá uma leve melhorada nos últimos episódios (ou eu acostumei com a falta de qualidade), mas nada realmente expressivo. Nem as cenas de sexo ganharam um tratamento melhor, os frames são repetidos aqui e ali, e dão uma sensação de vergonha alheia absurda. A ending é o capítulo passando em velocidade enquanto aparecem os créditos, ou seja, se você não estiver com paciência para ver 5 minutos do anime, dá pra ver tudo em uns 40 segundos no final, e mesmo sem os diálogos, dá pra entender do mesmo jeito.

As doenças são resolvidas com chá de picão


Mas talvez a coisa que mais me incomoda não é demérito do anime, o Kouichi simplesmente tem sua vida virada de cabeça pra baixo, na Terra, ele tinha perdido os pais e morava com o tio, e fora se preocupar com a formatura, ele tinha um interesse amoroso em uma colega de escola. Só que na primeira tentativa do Kaius com ele, ele já se entrega, sem questionamentos sobre sua sexualidade, ou sobre Kaius gostar dele por ser “a esposa prometida”. No mangá ainda rola um ou outro questionamento, mesmo assim é muito leviano de forma que quando ele decide ficar no mundo do Kaius nem tem tanto impacto assim.

Outra coisa que eu fiquei me questionando enquanto assistia era o trabalho dos dubladores. Certo que eles ganham para isso, mas eu imagino o quão vergonhoso não deve ser alguém te gravar gemendo. E os gemidos do Kouichi mais pareciam que ele estava morrendo do que tendo um orgasmo, mas considerando o tamanho do Kaius, deveria ser quase como ser empalado.

No final, acaba sendo um anime mais cômico (pela produção) do que realmente erotico ou romântico e consegue deixar muito mais raso e vazio um mangá que já não tem uma profundidade muito maior que um pires. Mas como todos os episódios juntos dão em torno de uma hora, talvez não seja uma perda de tempo tão grande.

Outros nomes: Kyojinzoku no Hanayome
Mídia: ONA
Estúdio: Studio Houkiboshi
Episódios: 9
Exibição: 2020
Demografia: yaoi
Gêneros: isekai, romance, drama, fantasia, erótico

 

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