Troque os djins por demônios, mas mantenha o sonho de unificação do país: bem-vindo a Orient

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Nossa, que fanart estranha, por que o Aladdin está com o cabelo vermelho? Porque não era uma fanart, mas o novo mangá da Shinobu Ohtaka, Orient.

O mangá começou a ser publicado em maio desse ano, na Shounen Magazine Weekly, ao lado de Nanatsu no Taizai e apesar de Shinobu carregar a marca Magi, não houve muito barulho em torno do lançamento do seu novo trabalho.

Orient se passa em uma espécie de Japão feudal cheio de magia e ficção, características bem marcantes do trabalho da autora. A trama gira em torno do fato que demônios são considerados divindades enquanto samurais são a escória da sociedade que querem fazer de tudo para acabar com divindades que trazem prosperidade ao Japão. Admito que esse plot com inversão de valores foi o que me atraiu logo de cara e que traz todo o potencial da trama.

Logo somos apresentados a Kojiro, filho de um samurai (ou bushi, como eles são chamados na trama, claramente por causa do bushido) que diz ao garoto que na verdade, os bushis são bons e tudo não passa de uma mentira para que a classe seja marginalizada. Apesar de Kojiro não estar muito convencido, seu melhor amigo, Musashi, fica fascinado por aquelas palavras e decide se tornar um bushi.

Musashi e Kojirou: Alladin e Alibaba 2.0
Os garotos crescem, seguem caminhos diferentes e Musashi acaba descobrindo que as tais divindades não têm nada de divinas e são monstros terríveis e cruéis. Assim, decide derrota-los e seguir o caminho de se tornar o maior bushi que existiu. A trama abusa dos clichês de shounen, mas Ohtaka consegue construir e desconstruir os personagens e as situações com velocidade impressionante e com muita habilidade

Eu tinha certeza que o foco era no Musashi, mas depois comecei a me perguntar se não seria no Kojiro, que é mais denso, mas é bem provável que eles dividam a posição da mesma maneira que Aladdin e Alibaba faziam em Magi.

Por falar em Magi, o traço não mudou nada de uma obra para outra, e tem até um Sinbad 2.0, digo, o Takeda que lidera um grupo de bushi. O mangá tem muito potencial, mas nem tudo é perfeito. Ohtaka abusa muito dos personagens lembrarem de um acontecimento traumático do passado para tirar uma força do nada e derrotar os inimigos. E por que eles têm motos? Ok, é fantasioso, mas as motos são muito estranhas.

Conforme a trama avança, a história vai ficando cada vez mais parecida com Magi, no quesito da jornada, de um grupo que quer salvar o mundo do seu próprio jeito e sobre as questões políticas e de unificação do país. Eu gosto muito do jeito que a Ohtaka trabalha com questões políticas, mas ela vai precisar ser muito inteligente para conseguir construir algo e não cair no mesmo texto que Magi trazia. Apesar dos defeitos e das inevitáveis comparações com Magi, o título tem tudo para se tornar tão icônico quanto o último trabalho da Shinobu.

Até onde li? Capítulo 14

Pretendo continuar lendo? Com certeza.

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